quarta-feira, 4 de agosto de 2010

SER: verbo ou substantivo?



Enviado por: Jucimara Gonçalves Bernardo- estudante de Psicologia da Faculdade Leão Sampaio (7º período)


Antes de me lançar na ontologia de Heidegger, procurarei revisar rapidamente e não por acaso o significado das palavras substantivo e verbo. Segundo o dicionário Aurélio:Substantivo é a palavra com que se nomeia um ser ou um objeto.Verbo é a palavra que designa ação, estado, qualidade ou existência.Partindo dessa perspectiva, Heidegger parece nos chamar a atenção, para o originário sentido da palavra “ser” como verbo, ou seja, o ser em ação, capaz de construir a sua própria existência, porém dotada de um fim e assim um ser finito, um ser-para-a-morte. Daí a expressão: eu sou um eterno vir-a-ser, que o verbo ser nos convoca.

Nesta encruzilhada de completude e incompletude, a angústia antes vista como um movimento afetivo sem causa, sem objeto, ilusório, agora ganha sentido: a angústia é a prova da própria existência, ou seja, ela reside porque o ser existe, e não tem domínio total da sua própria vida; a única certeza que se tem é que um dia morrerá e nem mesmo sabe como e quando.

Dessa forma a angústia se deve ao nada, ao não ser substantivo, e assim ultrapassando a visão anterior, o angustiar-se é a própria afirmação de existência.

Quem de nós nunca se perguntou sobre o que é, e qual será nosso destino? A sua real causa e seus fins? Eis um questionamento sem fim, não é? Assim como não se esgota a origem do sofrimento ao qual chamamos de angústia.

Poderíamos, assim, pensar na angústia como uma espécie de chamado, uma real convocação do eu substantivo para o eu verbo, visto que a angústia se encontra tão próxima de nós.

Mesmo sem saber explicá-la, a angústia não deixa de existir e nem tão pouco deixamos de senti-la, é assim que Heidegger nos convoca a entender e compreender o movimento constante da nossa existência. Portanto, eis o sentimento que nos impulsiona a agir, a viver, a prosseguir nessa enigmática caminhada da vida, a buscar um abrigo, uma razão, enfim, uma existência como substantivo.

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